11 de fevereiro de 2012


Antes, para mim, tu não eras senão um rapazinho perfeitamente igual a outros cem mil rapazinhos. E eu não precisava de ti, tal como tu não precisavas de mim, pois, naquele momento, eu também não era senão uma rapariga igual a outras cem mil raparigas. Mas, tu “prendeste-me” a ti, passamos a precisar um do outro. Passas-te a ser único no mundo para mim. E, para ti, eu também passei a ser única no mundo...Tu pediste que me “prendesse” a ti, só assim conhecemos verdadeiramente as pessoas/coisas. Foi preciso muita paciência, fomos aproximando-nos aos poucos, de inicio apenas te olhava pelo canto do olho e não te falava, pois “a linguagem é a fonte de mal-entendidos.” Começamos finalmente a trocar olhares e a falar um com o outro. Um dia cheguei um pouco mais atrasada, e tu disseste:

“-Era melhor teres vindo à mesma hora. Se vieres, por exemplo às quatro horas, às três, já hei-de estar todo agitado e inquieto: é o preço da felicidade! Mas se chegares a uma hora qualquer, eu nunca saberei a que horas é que hei-de começar a arranjar o meu coração, a vesti-lo, a pô-lo bonito…”

E assim ficamos “presos” um ao outro. E agora, chega a hora da despedida e tu pões-te a chorar…

“- A culpa é tua – disse eu. - Eu bem não queria que te acontecesse mal nenhum, mas tu quiseste que eu me prendesse a ti...

- Pois quis - disse a ele.

- Mas agora vais-te pôr a chorar! - disse eu.

- Pois vou - disse ele.

- Então não ganhaste nada com isso!

- Ai isso é que ganhei! (…)”

-O quê?!

-Tudo que fica para trás, o brilho nos teus olhos quando digo que te adoro e ter conseguido fazer-te feliz, mesmo que não por muito tempo!

E então voltei para o pé de ti e disse:

- Desculpa, eu amo-te, mas não posso ficar aqui, mas eu prometo, eu vou voltar… Adeus... :’(

“- Adeus - disse ele. - Vou-te contar o tal segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos...

- O essencial é invisível para os olhos - repeti, para nunca mais me esquecer.

- Foi o tempo que tu perdeste com a tua rosa que tornou a tua rosa tão importante.

- Foi o tempo que eu perdi com a minha rosa... - repeti, para nunca mais se esquecer.

- Os homens já se esqueceram desta verdade - disse ele. - Mas tu não te deves esquecer dela. Ficas responsável para todo o sempre por aquilo que está preso a ti. Tu és responsável pela tua rosa...”

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